Iniciativas

Com 1.750 estudantes, o Colégio Estadual Engenheiro Ildo Meneghetti, também na Restinga, é a escola do RS Seguro com maior número de alunos. A banda marcial é uma das iniciativas que busca mantê-los em aula. Outra iniciativa implantada é o projeto Reunir, Criar e Revitalizar, para criação de uma horta e plantio de árvores. A primeira área revigorada pelos alunos foi o estacionamento por onde entram os professores.

— Os projetos têm objetivo de manter o aluno na escola e promover a cidadania — conta a vice-diretora substituta, Carla dos Santos.

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Escola Ildo Meneghetti, na Restinga

A instituição lida com problemas, como o ginásio, que está com a cobertura esburacada, e o abastecimento de água. A estrutura da caixa d’água foi comprometida por infiltração e interditada em 2017, quando parte do reboco despencou sobre uma professora e um aluno. Faltam educadores para atender disciplinas.

Entre as iniciativas para tentar melhorar o ambiente, a escola recebeu o projeto “6º ano, Tô Chegando”, com objetivo de reduzir o impacto causado pela mudança de série – período crítico para distorção de idade-série e evasão. Nessa fase, as turmas, que antes tinham apenas um professor, am a ter disciplinas, com educadores diferentes. Na escola, os alunos dos 5º anos foram divididas em grupos, que são levados até os 6º anos para assistir períodos com eles.

O colégio também participa do projeto estadual de diário de classe online, onde o professor faz a chamada por aplicativo. A Ildo Meneghetti fez adaptações, ao inserir a fotografia do aluno. Assim, o educador fica mais familiarizado com a fisionomia do estudante e consegue controlar a frequência.

— Adaptamos projetos de acordo com a nossa realidade — afirma a diretora, Ana Maria Batista.

Portão derrubado

Na Escola Cristóvão Colombo, que atende 720 alunos no bairro Sarandi, na Zona Norte, a falta de segurança é um dos dilemas. No início do ano, um ladrão assaltou uma professora que dava aula no pátio. O criminoso exigiu que ela entregasse o celular e fugiu pulando o muro, sem levar o telefone.

— Quem quer entrar, entra. E o aluno que quer sair, matar aula, sai. A qualquer momento alguém pode pular e vir aqui. A violência talvez seja um dos fatores da evasão, especialmente à noite — avalia a diretora Samantha Candido.

Lauro Alves / Agencia RBS
Portão derrubado na Cristovão Colombo

Um dos portões que permite ar o pátio caiu em agosto. Um campo que era usado nas aulas de Educação Física está desativado devido à falta de recursos para a capina e pelo risco de expor os alunos, pois fica ao lado do portão caído. A escola não possui profissionais de orientação e de supervisão, o que gera acúmulo de funções aos professores e afeta o trabalho com estudantes infrequentes. 

— O orientador seria para conversar com os adolescentes. Focar nos alunos com problema de comportamento, que faltam. Ligar para as famílias. A gente faz de tudo um pouco. Muitos veem a escola como lugar para depositar os filhos — afirma a diretora.

Contraponto

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Seduc. Sobre a falta de bibliotecários, a Seduc afirmou a GaúchaZH que docentes que atuavam nas bibliotecas assumiram "atividades de regência de classe" devido aos afastamentos de professores por licenças. Sobre a não autorização para nova turma de 1º ano na José do Patrocínio, a Seduc informa que não recebeu a solicitação. 

A reforma da caixa d'água na Ildo Meneghetti está em fase de contratação, conforme a secretaria. A previsão é de que os trabalhos se iniciem em 60 dias. 

Para reverter o quadro de evasão e distorção de idade-série nas escolas da Capital, a Seduc informou que lançou, no ano de 2019, três novos programas que irão atuar diretamente no Ensino Fundamental. São eles: RS Alfabetizado, Aceleração RS e 6º ano Tô Chegando.

O primeiro, trabalha a alfabetização com os alunos do 1º ao 3º ano e promove a formação continuada de professores. O segundo visa enfrentar os impactos causados pela transição dos alunos do 5º para o 6º ano e diminuir os índices de reprovação. O terceiro, por fim, tem o objetivo de criar turmas específicas para a correção de fluxo para estudantes do 6º ao 9ª ano. Ao todo, cerca de 10 mil estudantes já estão sendo atendidos na fase de implantação dos três programas.

Além destes três projetos, criados pelo Governo do Estado, ocorrem na Capital e região, mais dois projetos: o Acelera Brasil, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, e o Trajetórias Criativas, em parceria com a UFGRS.

O Acelera Brasil atende crianças do 3ª ao 5º ano em sete escolas da Capital. São mais de 150 alunos atendidos. O Trajetórias Criativas atende 600 alunos do 6º ao 9º ano de 17 instituições de ensino da região metropolitana.

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