
Um dos criminosos envolvidos no assalto ao aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, Adriano Pereira de Souza, mais conhecido como Cigano, está foragido do sistema penitenciário desde a última quinta-feira (29).
Conforme a apuração do G1 RS, Souza respondia pelo assalto Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. Ele deixou a prisão após receber a autorização da Justiça para realizar um tratamento de saúde.
Souza deveria cumprir prisão domiciliar nesse período. Na quinta-feira, dia 22, ele recebeu uma tornozeleira eletrônica para monitorar sua movimentação. Contudo o equipamento foi quebrado uma semana depois, tornando o paradeiro dele desconhecido da polícia e, consequentemente, foragido. Um novo pedido de prisão foi expedido pela Justiça Federal.
Quem é Cigano
Segundo a Polícia Federal, Souza é um dos chefes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, na cidade de Guarulhos, em São Paulo. Entre os criminosos que agiram no assalto ao aeroporto de Caxias, Cigano era considerado o homem com "maior capacidade intelectual". Ele também seria o responsável por lidar com o dinheiro do grupo.
Relembre o crime
O ataque no aeroporto de Caxias aconteceu por volta das 19h30min do dia 19 de junho. O assalto pretendia roubar cerca de R$ 30 milhões de um banco privado. O carro-forte era abastecido por malotes de dinheiro trazidos de Curitiba em uma aeronave de pequeno porte. Um grupo, de oito a 10 pessoas, atacou funcionários da empresa de transporte de valores, em uma ação que surpreendeu pela audácia dos criminosos.
Com armamento de guerra, incluindo um fuzil Barrett M82 calibre .50, e fardamento falso, os assaltantes usaram veículos com adesivos da Polícia Federal (PF) para ar o hangar do aeroporto. O portão 2 foi aberto por funcionários que atuam no aeroporto justamente por acharem que se tratava da PF.
O primeiro confronto aconteceu entre os seguranças do carro-forte e a quadrilha. Na sequência, guarnições da BM se deslocaram ao local. Na primeira a chegar no Hugo Cantergiani estava o 2º sargento Fabiano Oliveira, 47 anos, que acabou morto no confronto.
Após a chegada da Brigada Militar, o assaltante Sílvio Wilton da Costa foi morto. Ele fugia em uma camionete Frontier, falsamente identificada como sendo da PF. Com ele foram recuperados cerca de R$ 15 milhões, metade do total que estava sendo transportado.
Ao todo, 19 pessoas se tornaram réus por latrocínio e tentativa de latrocínio. O entendimento da Justiça foi de que, além de matarem o policial militar, os assaltantes colocaram em risco as vidas de 13 funcionários das empresas de segurança e de oito policiais militares durante o confronto no aeroporto.