
Mari Krüger foi uma das estrelas da Gramado Summit 2025. Com mais de três milhões de seguidores, a influenciadora e bióloga é conhecida por desmontar, com bom humor e argumentos científicos, as dezenas de promessas exageradas da indústria do bem-estar e as fake news.
Em coletiva de imprensa antes da palestra no evento nesta sexta-feira (6), Mari contou que mesmo que não consiga combater todas as informações falsas que rodeiam a internet, diz que fica feliz em mudar o mundo de, pelo menos, algumas pessoas, como seus seguidores.
— Eu sempre costumo dizer que eu era uma criança que tinha desejos muito megalomaníacos. Eu queria mudar o mundo, eu queria salvar as baleias, as florestas, achar a cura do câncer, e foi por isso que eu escolhi biologia. Hoje eu percebi que eu não consigo - e nem vou conseguir tudo isso - mas acho que eu mudo vários mundos das pessoas. Se alguém fala para mim, "ah, eu ia comprar tal produto e desisti", "meu pai estava pensando em abandonar um tratamento e não abandonou" ou até alguma bobagem, como "sentar no banheiro público não é tão horrível para nossa saúde como a gente imagina", para mim isso é salvar aquele mundo — disse.
O conteúdo que a influenciadora produz pode causar um certo desconforto em algumas pessoas, despertando os famosos haters (pessoas que disseminam ódio contra alguém na internet). No entanto, Mari destacou que não tem tantos quanto imaginamos e que, quando acontece, resolve de forma simples: o bloqueio dos usuários.
— No meu conteúdo eu nunca cito marcas, nem nomes, nem uso imagens de ninguém. Isso já me protege bastante. Eu sempre tento atacar, ao invés de uma pessoa, a mensagem que ela está ando. Então, quando alguém me encaminha um conteúdo que não tem evidência científica, eu pego aquele assunto, estudo e faço o meu vídeo. Com isso, nunca recebi nenhum tipo de ameaça nem nada do tipo. Sempre tem aquele pessoal que não gosta do trabalho, mas isso eu acho que é uma coisa super fácil de resolver, é bloquear e não dar mais bola para aquilo — contou.
Já sobre seu processo criativo, Mari revelou que foi muito na "tentativa e erro", mas que ainda segue testando seus conteúdos de acordo com o que vai apresentando resultados mais positivos nas redes.
— Eu comecei a fazer os vídeos em 2020, na pandemia, porque eu estava trabalhando como DJ na época e eu tive que parar, mas sem imaginar que isso ia se tornar um trabalho. Então, eu me senti muito mais livre para errar, estava fazendo mais para me distrair. Depois, obviamente, fui entendendo o que que dava certo, o que que não dava, fui estudando melhor aquilo, fui aperfeiçoando, mas é uma análise constante — destacou.

E justamente sobre ter sido DJ, ela também refletiu como tentou equilibrar todas as profissões ao mesmo tempo, pois antes de ser influenciadora, ela também foi atriz e mestranda de biologia, porém, sempre priorizou a sua saúde mental.
— Foi sempre uma loucura. É que eu nunca fui uma pessoa de fazer uma coisa só, eu sou muito inquieta. Eu sempre tentei manter todos os pratinhos equilibrados, mas obviamente eu tive que ir fazendo algumas escolhas, pensando no que estava me fazendo mais feliz, sempre para conseguir conciliar, conseguir cuidar de mim e entregar o meu melhor em cada trabalho — salientou.
"Influência responsável"
Sobre a sua presença pela segunda vez na Gramado Summit, a influenciadora gaúcha (nascida em Porto Alegre) demostrou um pouco de nervosismo, dado que na primeira vez que se apresentou era em um palco menor e agora estava no principal. No entanto, entendeu o peso da sua participação por disseminar a "influência responsável".
— É incrível. Primeiro porque eu sou daqui, então me sinto em casa, mas dá um frio na barriga por ter sido o primeiro lugar que me recebeu como palestrante e voltando para cá agora, dividindo o palco com nomes gigantescos. É uma responsabilidade enorme, porque o meu conteúdo é ciência, é influência responsável. Então tem todo esse peso de subir lá para falar sobre divulgação científica — frisou.
Por fim, a influenciadora deixou uma dica para as pessoas perceberem de forma mais rápida as informações falsas que recebem.
— Não é só porque uma pessoa é médica, enfermeira ou só porque ela tem uma graduação que ela vai estar necessariamente falando a verdade. Então sempre falo: desconfiem sempre, desconfiem de soluções muito fáceis, problemas complexos, tipo cura do câncer por meio de um shot ou um suplemento que cura milhares de coisas. Gente, calma, né? Vamos acender esse alerta e pensar — finalizou Mari.