
Pelo menos 46 pontos estão bloqueados nas ferrovias do Rio Grande do Sul, aponta boletim da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) desta terça-feira (14). Os trechos são afetados por fenômenos climáticos como alagamentos, deslizamentos, erosões e quedas de barreiras.
A previsão é que pelo menos 10 pontos sejam liberados na quarta (15), sendo oito na linha que liga Roca Sales a Lages (SC). Os demais pontos seguem sem previsão. As linhas com bloqueios no momento são:
- Bagé — Rio Grande
- Pátio Industrial — Rio Pardo
- Rio Pardo — Triângulo
- Roca Sales — Lages (SC)
- Roca Sales — o Fundo
- Triângulo — Cruz Alta
- Cacequi — Uruguaiana
Por causa dos bloqueios, o transporte de cargas nas ferrovias do RS está parcialmente suspenso, confirmou a Rumo Malha Sul (RMS), responsável pela concessão das ferrovias no RS. Segundo a ANTT, agência e empresa avaliam a viabilidade de operações nos trechos a partir de boletins climáticos.
"É importante destacar que, devido aos bloqueios nas rodovias, o o das equipes de manutenção e reparos aos locais de bloqueio nas ferrovias fica . Assim que as condições forem restabelecidas, as ferrovias arão por intervenções para possibilitar a retomada dos trechos", diz a nota.
Bloqueios afetam distribuição de combustível
A suspensão parcial nas ferrovias causou falhas no abastecimento de combustível ao norte gaúcho, que tem centro de distribuição localizado em o Fundo. Segundo a companhia Ipiranga, a logística de recebimento foi afetada pela interrupção da ferrovia que transportava combustíveis para a cidade a partir de Canoas, na Região Metropolitana.
"Para manter o abastecimento da região, mudamos para o modal rodoviário com origem dos combustíveis no Paraná. Isso fez aumentar o tempo de reposição de estoques e provocou um aumento ainda maior de necessidade de caminhões tanque nesse fluxo", consta no comunicado enviado à reportagem.

Segundo a Ipiranga, a logística foi revista para atender às necessidades e não há risco à distribuição de combustíveis no RS depois que flexibilizações dos órgãos competentes garantiram o abastecimento na região. A companhia se refere à decisão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em flexibilizar a mistura obrigatória de biodiesel no óleo diesel comum e do etanol na gasolina até o fim de maio, em todo o RS.
Por causa da interrupção logística via malha ferroviária, todas as cidades gaúchas enfrentam dificuldade de abastecimento contínuo de combustível, mas não há falta de produto, reiterou o presidente do Sulpetro/RS, João Carlos Dal'Aqua. No caso de o Fundo e Região Norte, o abastecimento ou a acontecer com produtos que vêm de Santa Catarina e Paraná, em especial da cidade de Araucária (PR).
— A questão das ferrovias prejudicou o abastecimento e, enquanto não conseguir liberar, vai ter dificuldade. Mas não há falta generalizada nem em o Fundo nem em outras regiões do RS. Quem não achar em um posto vai achar no outro e a tendência é de regularizar em breve — pontuou Dal'Aqua.