Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são oferecidos por bancos como forma de captar recursos. Ao adquirir um CDB, o investidor disponibiliza recursos financeiros para o banco por um período predefinido.
Em contrapartida, a instituição financeira remunera esse capital com o pagamento de juros ao longo do tempo. Além disso, a aplicação conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para valores até R$ 250 mil por instituição e F. Para Moraes, isso aumenta a segurança:
— Então vamos supor que, no "Banco Z", eu fiz um investimento de R$ 250 mil. Se esse banco falir, se esse banco não tiver condição de me pagar, o FGC me garante esse recurso.
Existem CDBs prefixados, nos quais a taxa de juros é fixa desde o início, permitindo saber exatamente o rendimento. Há também os pós-fixados, cuja rentabilidade varia conforme um índice como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Por fim, os híbridos, que combinam uma taxa fixa com um indexador, como a inflação.
— Uma taxa pré-fixada é quando o investidor sabe que vai ganhar, por exemplo, 13% ao ano. Uma taxa pós-fixada vai ser definida durante o investimento e estará sujeita às variações da economia. A taxa pós-fixada Selic é uma taxa que varia conforme a Selic se comportar, por exemplo — acrescenta o especialista.
O Tesouro Selic é um título emitido pelo Governo Federal que acompanha a taxa Selic. Da mesma forma que o CDB, o investidor empresta dinheiro (dessa vez, ao governo) que será devolvido com juros na data de vencimento. Com a taxa Selic em 14,65%, o rendimento desse investimento seria de 14,65% ao ano, por exemplo.
— A vantagem é que o investidor está negociando diretamente com o governo. Não paga taxas de corretagem e nem outras taxas istrativas. O investidor compra os títulos do diretamente do próprio Tesouro Direto, do próprio governo federal — pontua o professor.
Para auxiliar quem está dando os primeiros os no mundo dos investimentos, Zero Hora desenvolveu uma calculadora de investimentos para simular a rentabilidade da poupança, do CDB e do Tesouro Selic em diferentes prazos. A funcionalidade permite visualizar o potencial de cada aplicação ao longo do tempo, facilitando a tomada de decisão para construir um futuro financeiro mais seguro.
Decidir onde aplicar o dinheiro pode parecer uma tarefa complexa diante de tantas opções. Segundo o economista, é importante levar em consideração o investimento inicial, os aportes mensais e a liquidez — facilidade e rapidez com que ele pode ser convertido em dinheiro e ser sacado.
Moraes conta que essa modalidade virou tradicional porque está disponível em todos os bancos e porque aceita investimentos de baixo porte, como R$ 100. A caderneta de poupança é um investimento com alta liquidez, o que significa é possível sacar o dinheiro a qualquer momento. Contudo, o especialista alerta:
— É um investimento seguro, mas é um investimento com rentabilidade baixa. O CDB e o Tesouro Selic, por exemplo, são também investimentos considerados seguros e com rentabilidades mais alta. Portanto, no contexto atual da economia brasileira, dos investimentos e das taxas brasileiras, nós não recomendamos a poupança.
O CDB é um dos investimentos de renda fixa mais populares no Brasil. Segundo o economista, a segurança (com a proteção do FGC), a rentabilidade superior à poupança e a diversidade de prazos são atrativos para quem está começando.
As instituições financeiras costumam oferecer aplicações com rentabilidades variadas — por exemplo, de 90% a 105% do CDI, que acompanha a taxa Selic — e diferentes opções de prazos de resgate.
— O CDB é recomendado quando o investidor pode precisar do recurso no curto prazo. Ele pode deixar esse valor rendendo no CDB e daqui a pouco, se tiver um contratempo, ele pode usar esse dinheiro como recurso de emergência. Para recursos que a pessoa imagina que pode precisar utilizar no curto e médio prazo, recomendamos o CDB — sugere Moraes.
Já o Tesouro Selic é um dos títulos públicos federais mais populares do Tesouro Direto. Da mesma forma que o CDB, a segurança, a rentabilidade, a diversidade de prazos e a ibilidade tornam essa aplicação uma opção muito comum entre os investidores. A recomendação, segundo o professor da PUCRS, é diferente:
— Para recursos de médio e longo prazo, esse é o ideal. O investidor vai juntar o recurso, vai fazer render, e, se não tem a perspectiva de usar ele tão cedo, não vai ser um recurso emergencial, o recomendado são os títulos do Tesouro Direto.
Diferentemente do que muitas pessoas pensam, investir não precisa ser uma tarefa difícil. Moraes garante que qualquer pessoa pode aplicar dinheiro na poupança, CDB ou Tesouro Selic. É importante se organizar financeiramente para conseguir economizar.
Considerando que cada investimento é indicado para casos específicos, é importante que o investidor saiba para quê e para quando está aplicando. O cidadão pode querer juntar uma reserva de emergência, guardar dinheiro para comprar um carro ou usar a aplicação como uma forma de previdência privada, por exemplo.
Considerando os prazos e objetivos, é possível escolher qual investimento faz mais sentido. A partir disso, basta utilizar a poupança ou as opções disponíveis de CDB na instituição financeira de referência ou, no caso do Tesouro Selic, criar uma conta no site do Tesouro Direto do governo federal e começar a investir.
Tão importante quanto escolher um investimento é definir quanto dinheiro investir. Moraes defende que qualquer quantia pode ser significativa, mas que é interessante que os investidores criem o hábito de economizar dinheiro e investir. Os interessados podem fazer um aporte inicial e complementar com aportes mensais, por exemplo.
— Se eu tenho um rendimento baixo e só consigo guardar R$ 100 por mês, tudo bem. Esse valor é bastante coisa. Acumular isso por 30 anos vai ter um efeito importante de juros acontecendo. É importante ter essa cultura e disciplina de sempre guardar dinheiro, assim que recebe um rendimento. O hábito do brasileiro é viver e o que sobra, é guardado. Mas eu diria que guardar é a primeira responsabilidade — aconselha.
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