Do moletom às peças mais soltinhas, os looks confortáveis tomaram conta do guarda-roupa no confinamento. E esse estilo veio para ficar: a tendência é que o comfy dite o que vamos vestir em 2021. Guarde o salto alto e as peças trabalhadas no brilho, pois a aposta é uma reconexão com a natureza – o viés sustentável, os itens feitos à mão e os tons terrosos e neutros prometem vir com tudo quando a temperatura voltar a subir.
– Vai ser uma transição, uma fase de valorização do humano por trás das peças, um retorno ao bucólico. Mas, não podemos esquecer que os estilistas são artistas, criadores, eles sonham e querem oferecer o belo. Quando tudo ar de fato, vai existir um segmento para representar o êxtase. Aí, sim, as cores vibrantes devem vir fortes, os materiais metalizados, mais exuberantes e não tão práticos. Uma virada pós-conforto ainda sem data – analisa Roberta Weber, consultora de moda e tendências e colunista da Revista Donna.
E a expectativa em torno dessa influência nos looks vem da própria história. Após a Primeira Guerra, peças mais funcionais e neutras, inspiradas no universo masculino, ganharam espaço. Depois da Segunda Guerra, foi a vez do New Look de Christian Dior, apostando em feminilidade, sensualidade e silhueta marcada com elegância. Agora, o impacto virá nas roupas e na forma de consumo: o novo cenário jogou luz sobre a importância de comprar produtos das marcas locais e consolidou o mercado digital. As grifes ainda serão cobradas a expor seus valores para conquistar um público mais exigente, que vai escolher a dedo quais bandeiras quer levantar com as peças que veste. Diversidade, inclusão e colaboração são alguns dos temas que vão nortear as produções do futuro.
– O consumidor vai pensar em escolhas mais certeiras dentro da pegada wellness (bem-estar), com mais autocuidado e conforto – avalia Luiza Nolasco, gerente de novos negócios da WGSN, multinacional referência em previsão de tendências.
Para tentar traçar os caminhos da moda a partir de agora – das peças que você precisa ficar de olho às mudanças na forma de comprar –, entrevistamos um time de experts da área. Além de Luiza, da WGSN, e da stylist Roberta Weber, conversamos também com o estilista mineiro Ronaldo Fraga, um dos principais nomes da moda no país, e com a professora de moda da Unisinos Paula Visoná, pesquisadora de tendências comportamentais.
Adeus salto alto, olá peças leves!
Quem aí não comprou ou pelo menos deu uma pesquisada na internet em moletons bacanas">
- A parte de cima da roupa vai ganhar destaque com golas e mangas marcadas, dialogando justamente com as inúmeras videoconferências que seguiremos fazendo em 2021.
- Camisetas curtas e bodys terão relevância, assim como os órios com estilo artesanal.
- Vestidos românticos, leves e em materiais sustentáveis – na batida do vestido slip, tipo camisola – também prometem marcar presença nas coleções.
- O cardigã texturizado ou colorido, funcional e prático para adaptar no look.
- Na alfaiataria, o que deve bombar são as peças oversized, chiques e confortáveis, como bermudas e blazers.
- Já na inspiração esportiva, as saias plissadas podem voltar com tudo.
- Para quebrar a neutralidade, o escapismo deve se manifestar em estampas delicadas e cores intensas, mas longe do néon.