Nasci em São Paulo, capital. Sou uma plantinha que brotou no meio do asfalto. Não tenho ninguém ligado ao agro. Sou formada em Biologia pela Universidade Estadual de Londrina (PR). Por ter feito esse curso, consegui ver tudo que é ligado tanto à vida, quanto à biotecnologia. Genética e biologia molecular foram as disciplinas que me chamaram a atenção. Foi o que me levou a fazer mestrado.
E como se conectou ao agro?
Meu orientador trabalhava na Embrapa. Meu doutorado também foi com ele. E parte eu fiz nos Estados Unidos, onde tive a sorte de atuar no USDA (Departamento de Agricultura). Em alguns lugares, a genética é muito ligada à saúde. No meu caso, por estar em Londrina, próxima a um polo agropecuário, minha oportunidade foi no setor. Todo mundo que trabalha no agro sabe como é: você vai se envolvendo, se apaixonando. Quando voltei do doutorado, fiz PhD na Embrapa Soja. Depois, fui trabalhar na empresa que hoje é a Biotrop.
Como é sua rotina?
Grande parte do dia a dia é no laboratório, trabalho em um laboratório de inovação. E tem ainda uma parte de contato com instituições de pesquisa, pesquisadores. Estabelecer networking com outras empresas, instituições em busca de inovação. Meu papel é desenvolver novos produtos, trazer inovação. E há a parte de estudar, se atualizar.
Qual o perfil do profissional que deseja atuar na área?
O agro tem demanda não só por pessoas da genética, mas por químicos especializados em bioquímica. Tem demanda por gente de tratamento e trabalho com grandes quantidades de dados, ciências da computação. A genética a por bioinformática. Diria que fiquem atentos para desenvolver essa pluridisciplinariedade. Que tente desenvolver o máximo de habilidades possíveis. O agro pede um profissional que seja versátil.
Tem desafios na atividade por ser mulher?
Tem , mas não só no agro, é no universo da ciência. Sendo mulher, parece que a gente tem de provar aquele um pouco a mais.