É uma reação exagerada do corpo a algo externo. Essa seria a definição geral. Pode ter várias consequências, tanto na via área superior, com rinite e conjuntivite alérgica, quanto na inferior, com a asma alérgica. E muito comum também problemas na pele, desde a urticária até dermatite de contato e dermatite atópica.

OS TIPOS MAIS COMUNS
O carro-chefe é a rinite alérgica. Mas também aparecem alergias alimentares, urticária, dermatite de contato (bijuterias, esmaltes, perfumes) ou dermatite atópica, que é consequência da alergia respiratória (quem tem alergia ao pó, pelos de animais, mofo, fica se coçando).

OS ALERTAS DO CORPO
O corpo dá sinais, e isso varia de idade para idade. Depende também se for uma intolerância ou uma alergia, são coisas completamente diferentes. Intolerância à lactose, por exemplo, é quando o paciente não tem a enzima lactase: ele não consegue digerir a lactose, que é o açúcar do leite. Então, os sintomas costumam ser flatulência, gases, dor abdominal, enjoo, diarreia. Quando o paciente tem alergia à proteína do leite, ele desenvolve um anticorpo específico contra aquela proteína, e os sintomas costumam ser diferentes: urticária, coceira, angioedema até uma anafilaxia. Outra coisa: é comum os pacientes terem rinite alérgica e nem saberem. Eles se acostumam. O pessoal que tranca o nariz, que tem coriza, que espirra, que respira pela boca nem nota, e muitas vezes tem uma rinite que daria para ser tratada.

O DIAGNÓSTICO
Começa com uma boa entrevista e um bom exame, além dos testes cutâneos. A gente testa na pele do paciente os ácaros, a poeira, o mofo, os inalantes, tudo que vem no ar e os alimentos. É um teste que demora 30 minutos e funciona muito bem. Nos casos de dúvida, podemos fazer teste sanguíneo também. E um outro teste é o de contato, feito com adesivos, que busca o diagnóstico da dermatite de contato, a qual envolve cosméticos, maquiagem, esmaltes, material de construção etc.

O TRATAMENTO
Se a gente for pensar alergia como uma reação exagerada do nosso corpo contra algo externo, duas maneiras podem mudar o curso da doença. Uma delas seria tirar da vida da pessoa o que causa alergia. O outro são as vacinas antialérgicas, a imunoterapia. Tem como deixar o paciente "menos alérgico", mais tolerante. Em alguns casos, pode chegar até próximo da cura. A qualidade de vida melhora, ele praticamente não precisa mais de medicamentos, há pacientes que chegam nesse nível. Mas não é para qualquer tipo. As alergias nas quais a gente mais consegue resultado com a imunoterapia são rinite alérgica, asma alérgica, dermatite atópica, alergia a insetos, anafilaxia com abelha, vespa e formiga. Especificamente, a vacina para alergia a insetos é feita em São Paulo.

O MITO DA VARIAÇÃO CLIMÁTICA
O paciente que é alérgico desenvolve uma resposta imunológica contra um agente externo que tem uma proteína, e isso não existe com o frio. O que acontece é que o paciente alérgico costuma ter a via aérea dele inflamada, com rinite, asma, e qualquer alteração mais forte vai gerar sintomas, seja um cheiro forte ou uma mudança de temperatura. Então, não é que ele tenha alergia ao frio, à primavera, só que ele é muito mais sensível a esse estímulo físico. Não é uma alergia diretamente ao frio, mas o frio realmente incomoda mais o paciente alérgico.

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