• Sexo masculino, raça/cor não branca, residência urbana e não participação no programa são considerados fatores de risco para a evasão
  • Parcela masculina tem taxas de abandono mais altas do que o grupo feminino
  • Foi registrada redução da taxa de abandono entre participantes indígenas (7,6% para 4,4%)
  • Entre os não participantes, a chance de abandono foi 14% maior em 2022. A possibilidade subiu para 62% em 2023
  • 97,7% dos participantes em 2022 continuaram em 2023
  • 47,2% dos não participantes em 2022 aram a participar em 2023
  • Sobre o programa

    O Programa Todo Jovem na Escola garante auxílio financeiro para estudantes do Ensino Médio da rede pública estadual. Para fazer parte, os estudantes precisam estar registrados no Cadastro Único (CadÚnico) de benefícios sociais com renda familiar per capita de até R$ 660 e estarem cursando o Ensino Médio em escolas estaduais.

    Neste ano, a bolsa, de R$ 150, é distribuída em quatro componentes, que incluem auxílio material escolar, ree regular mensal entre abril e janeiro caso o estudante tenha 75% de frequência em cada mês, bolsa em janeiro após a realização das provas de avaliação do Ensino Médio e uma poupança aprovação, com dois rees em janeiro após a aprovação no ano, permitido saque total apenas no final dos estudos.

    Conforme o governo estadual, o estudante poderá acumular até R$ 8,2 mil no período. O investimento previsto neste ano é de R$ 246 milhões, dos quais R$ 125 milhões já foram executados.

    Programa de motivar outros investimentos, diz pesquisadora

    Ângela Chagas, pesquisadora de pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diz que iniciativas financeiras para manter o aluno no Ensino Médio são importantes para lidar com o problema da evasão. Ainda assim, definiu como tímido o resultado apresentado nesta quinta e pontuou a necessidade de investimentos em outros lacunas do setor. 

    — A permanência e a conclusão da Educação Básica com qualidade am por investimentos nas escolas e nos profissionais da educação. Temos uma realidade na rede estadual de escolas de Ensino Médio com condições estruturais muito deficitárias, sem quadra coberta para prática de esportes, com laboratórios defasados, bibliotecas fechadas. Algumas não têm professores para dar aula de boa parte da carga horária, principalmente das trilhas do novo Ensino Médio, que seria a grande inovação para atrair as juventudes e se mostrou um fracasso — afirma.

    A pesquisadora também critica a prática de manter professores com contratos temporários no RS. Para ela, outro ponto de atenção do governo gaúcho deve ser entender os motivos que levaram estudantes aptos a receber bolsas escolherem não participar do programa.

    De maneira isolada (o programa) não dá conta de garantir a permanência dos estudantes. Precisamos de investimento na escola, nos seus profissionais e na integração das políticas sociais, pensando nas condições de vida, de trabalho, de moradia, de saúde, de transporte, para efetivamente garantir a todas e todos o direito à conclusão do Ensino Médio com qualidade — finaliza.

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