Logo que se pisa do país, você percebe que ali houve uma guerra recente. Há pessoas mutiladas e traços de destruição, resquícios do período de 1969 a 1975, quando o Camboja sofreu intensos bombardeios dos Estados Unidos na tentativa de dizimar os guerrilheiros do Vietnã infiltrados na região da fronteira. Felizmente, o terror acabou. Apesar da pobreza e dos contrastes sociais, o país é destino de viajantes, com um povo que não economiza nos sorrisos e na receptividade aos turistas.

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A menina dos olhos são as ruínas de Angkor Wat. Localizados nas imediações da cidade de Siem Reap, os mais de 30 templos que formam o complexo já abrigaram o maior império do Sudeste Asiático, o Khmer, que se estendia da Tailândia ao Vietnã. Agora, recebem milhares de turistas que garantem boa parte da fonte de renda desse pequeno reinado.

Pequeno monge em Siem Reap

Conhecer essa obra-prima arquitetônica, por si só, já vale a viagem. O templo de Angkor Wat é tão importante para o Camboja que tem sua imagem estampada na bandeira do país e virou nome de cerveja. O monumento religioso foi construído no século 12 como templo funerário para o rei Suryavarman II, do Império Khmer. Originalmente, homenageava o deus hindu Vishnu. Centenas de anos depois, tornou-se budista. O livro Guinness dos Recordes considera a edificação o maior monumento religioso do planeta.

O complexo todo, que conta com quase mil ruínas de templos em diferentes estados de conservação, pode ser visitado de tuk-tuk, carro ou bicicleta, em es de um, três ou sete dias. Além de Angkor Wat, é bastante célebre o templo de Ta Prohm, cenário do filme Tomb Raider (2001). A dica é acordar cedo, levar bastante água e bater perna entre as ruínas. É importante estar acompanhado de guia, para entender cada detalhe, como inscrições em pedras que mostram o cotidiano da civilização que ergueu o local.

À noite, aproveite a ausência do sol e o clima mais ameno para caminhar pelo centrinho e experimentar algum prato da culinária local. A cozinha khmer é feita com ingredientes frescos e saborosos. Não deixe de provar o fish amok, um peixe feito com leite de coco e cozido a vapor em uma folha de bananeira. É saboroso e barato (cerca de R$ 15). Aliás, no Camboja, é tudo muito ível, desde a hospedagem até os eios e a alimentação.

Koh Rong

Embalada pelos bons preços, peguei um ônibus-leito rumo a Sihanoukville, bonito balneário cercado de praias na costa sul do país. O local, que tem areia branca, bares com confortáveis cadeiras e bons drinks e lounges, é ponto de partida para Koh Rong. A ilha fica a cerca de 25 quilômetros de Sihanoukville, no Golfo da Tailândia.

O local tem tudo o que o estereótipo de ilha deserta tem a oferecer: águas transparentes, areias brancas e muita tranquilidade. Não há carro, moto e estradas, a eletricidade é restrita e, muitas vezes, você só consegue andar descalço pela areia. Koh Rong é para pessoas desconectadas, sem pressa e sem frescura. É tudo muito simples e rústico, mas, ainda assim, representa momento de pausa no paraíso.

A noite na ilha é animada, com músicas e comidas nos barzinhos. Com pouca iluminação artificial, vale observar o céu estrelado (e ter a sorte de encontrar estrelas cadentes) e o mar, com plânctons luminosos.

Koh Rong

Para curtir mais Koh Rong

– Alugue um caiaque e faça um eio. As águas são calmas, não precisa ter grande habilidade com os remos.

– ire corais fazendo snorkelling. Basta nadar um pouco e curtir a natureza exuberante do mar.

– Faça uma trilha até Long Beach. Prepare-se para conhecer uma praia isolada, sem opção de bares e restaurantes, mas incrivelmente bonita. Dá para ir de barco, em tour, de caiaque ou a pé (minha opção). A trilha é puxada, porque é preciso subir um morro, e leva cerca de uma hora, mas vale a pena pela natureza. Na volta, a alternativa é pegar um barco (cerca de R$ 12).


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