
Caía a tarde no Vaticano quando a Igreja Católica se iluminou no mundo inteiro e os sinos das paróquias badalaram para saudar o novo Papa, Robert Francis Prevost, que escolheu o nome de Leão XIV. Será difícil a missão de suceder o Papa Francisco, de quem era muito próximo, pela dimensão que o argentino ganhou nos 12 anos de papado.
As comparações serão inevitáveis — da simplicidade das vestes à forma como lidou com temas difíceis para a Humanidade, do trabalho para conquistar os jovens à expansão para países em que o catolicismo é minoritário. Francisco, com seu sorriso bondoso e o senso de humor inigualável, conquistou iradores nos cinco continentes e garantiu avanços que o sucessor não poderá retroceder, sob pena de apequenar a Igreja Católica.
Mesmo com a pressão dos conservadores, Leão XIV terá dificuldade para recuar na aceitação dos homossexuais e na bênção aos casais divorciados. São realidades no mundo que a Igreja Católica não pode ignorar, sob pena de perder mais fiéis para outras religiões.
Considerado um moderado, o cardeal Prevost trabalhou no Peru e conhece as mazelas da população pobre. Sabe que a Igreja não pode tirar os pés do chão. Terá de continuar preocupado com as questões sociais, com as guerras, com as desigualdades, sem descuidar dos conflitos políticos, que estão na raiz dos problemas da sociedade.