
O BNDES enviou uma nota em resposta à declaração do presidente do Banrisul, Fernando Lemos, de que achava que as linhas de crédito para atingidos pela enchente no Rio Grande do Sul deveriam ser disponibilizadas para empresas também de fora da mancha, que é a área de inundação. Com isso, contemplaria também quem teve queda de faturamento, ou seja, não ficou alagado, mas teve impacto indireto, especialmente com os problemas logísticos.
O texto assinado pelo presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, chamou a afirmação de Lemos de "injusta e indevida", frisando que um dirigente de instituição financeira sabe que estão sendo seguidas decisões do Conselho Monetário Nacional (CMN). Tanto o presidente do Banrisul sabe, que citou na própria entrevista que dependeria de autorização do CMN, sugerindo que a reflexão fosse feita pelo governo federal também.
A coluna reforçou o pedido de entrevista (que tem há semanas) para esclarecer este e outros pontos, mas o BNDES disse que não daria. Inclusive queria entender o tom bastante agressivo do texto, enfatizando que faz "rees vultosos" ao Banrisul, como se isso impedisse de sugerir adaptações no alcance do crédito. Não impede. A solicitação de expandir as linhas de crédito para quem teve queda de faturamento já foi feita pelo vice-governador, Gabriel Souza, e pelo próprio ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta.
Um argumento da nota do BNDES é de que ele não está conseguindo atender nem todas as empresas das áreas de inundação, garantindo que já "mobilizou" R$ 11,2 bilhões, somando o crédito aprovado com a suspensão de financiamentos.
Relembre o trecho da entrevista com o presidente do Banrisul, Fernando Lemos:
"Estão conseguindo emprestar o dinheiro do BNDES para capital de giro, construção e compra de máquinas"> Coluna Giane Guerra ([email protected])
Com Guilherme Jacques ([email protected]) e Guilherme Gonçalves ([email protected])
Leia aqui outras notícias da coluna